Resumo: Diante de uma historiografia que tem ressaltado a experiência histórica dos grupos invisibilizados nos últimos anos, com a progressão de uma História Social não apenas preocupada apenas com questão de classe, como se dera nos anos 1980, mas também implicando as questões culturais intrínseca a interseccionalidades em torno de questões sobre raça, etnia, gênero, etc, essa mesa tem como objetivo trazer uma reflexão em torno desses debates na pesquisa histórica, abordando os caminhos teóricos e metodológicos que temos tomado para pensar nossas pesquisas. Para isso, selecionamos três trabalhos com objetos, temporalidades e vertentes teóricas distintas que dialogam precisamente com a História Social, a História Cultural e o pensamento Pós-Colonial (decolonialidade). A primeira pesquisa, de Daiana S. Santana, traz uma experiência empírica histórica ao analisar as práticas sociais e atravessamentos dos sujeitos históricos na cidade de Salvador em meados do século XX, com a pesquisa intitulada “Os banidos do éden tem seu lugar na cidade?”: fotografia, intervenções e o corpo negro da cidade do Salvador (1940-1950). Já o trabalho de Rafael S. de Jesus Memórias e representações: identidades de produtores tradicionais de farinha de copioba em Nazaré das Farinhas (2005- 2013) trata de analisar as relações de trabalho na feira livre em Nazaré das Farinhas, no Recôncavo Baiano, no início deste século. Ambas dialogam, respectivamente, com a História Cultural e Social. Por fim, dialogando com a história contemporânea, faremos uma breve reflexão em torno das questões sobre raça, classe e gênero no âmbito da Teoria da História e de seu processo de descolonização nos últimos anos. A partir da produção historiográfica não só tratada nessas duas primeiras pesquisas, mas também do âmbito da pesquisa histórica, a pesquisa de Silmária Reis dos Santos Pensamento decolonial: uma contribuição para o campo da História? Trará uma reflexão sobre os possíveis encontros entre essas vertentes de pensamento.
Em suma, nosso foco é discutir, como as questões sobre raça, classe e gênero têm perpassado os processos teórico-metodológicos das pesquisas em História Social e História Cultural hoje? Como essas vertentes de pensamentos (História Social e História Cultural) podem dialogar com as pesquisas Pós-Coloniais, na aplicação de conceitos e métodos próprios deste movimento teórico diaspórico? Esperamos, portanto, que este debate possa contribuir para possíveis reflexões em torno dessas diferentes vertentes de pensamento e na reflexão descolonial na ciência histórica.
História Social;História Cultural;Pensamento Pós-Colonial