Resumo: A formação da sociedade brasileira se deu através dos processos de escravização e exploração dos povos indígenas e negros no Brasil, mas em especial, através da dupla exploração sofrida pelas mulheres racializadas que além de terem a sua força de trabalho expropriada, também eram vitimadas pelas consequências da opressão sexual e econômica. Dentro desse contexto, a formação de um imaginário que contribuísse para a subalternização de indivíduos negros foi essencial para a manutenção do espaço social destinado às mulheres. Consequentemente, na sociedade atual, as produções e construções de discurso sobre a mulher negra nos produtos midiáticos como filmes, séries, videoclipes e telenovelas, são importantes ferramentas nos processos de manutenção do status quo da classe dominante e ratificação de violências e opressões simbólicas. Através dos estudos remanescentes de Adorno e Horkheimer em suas teorizações sobre a Indústria Cultural e do pensamento de autoras como Lélia Gonzalez, Patricia Hill Collins e bell hooks, visamos compreender como essas ferramentas se articulam, como atingem a classe feminina negra e demais setores da sociedade; e quais são os contra-movimentos feitos pelas mídias femininas e negras a fim de romper com essas hegemonias.
Discurso; Mídia; Feminismo