Resumo: A proposta da presente mesa é debater a influencia do racismo na produção, gestão, disseminação e guarda do conhecimento produzido pelo povo negro que adentra o espaço de fazer ciêntifico. Iniciamos nossa trajetória sem conhecermos nossos semelhantes que trilharam o mesmo caminho, pois a episteme a nós apresentada é constituída por brancos e seus modos de produzir, nas biografias principalmente dos componentes curriculares iniciais, suscitando assim o epistemicídio (CARNEIRO, 2005). Frequentemente são ideias de pessoas negras “traduzidas” por brancas (hooks, 2017). A cultura escrita foi uma das principais armas de silenciamento das produções, isso se expressa quando apontamos o documento apenas como texto escrito em um suporte. Isso afeta diretamente a nossa autoestima e saúde mental, e por consequência a nossa percepção quanto a capacidade de fazer ciência.
Entendendo que o acesso da população preta à educação ocorreu tardiamente e a gramática é concebida pela elite, nos baseamos na Linguística Aplicada que é compreendida como um campo de estudos indisciplinar (MOITA LOPES, 2006, 2019, fronteiriço (KLEIMAN,2013) e suleado (MATOS e SILVA JÚNIOR, 2019), propomos ao corpo estudantil uma nova visão sobre a escrita acadêmica, apresentando também a comunidade estudantil métodos de fazer ciência que os incentive a questionar e construir uma academia diferente.
Racismo;conhecimento;Produção acadêmica