Resumo: Quais são os limites entre o contemporâneo e o tradicional? Como tais classificações reproduzem formas colonizadas de historicizar as manifestações culturais dos povos das Américas? De quais maneiras nossas classificações reforçam ou questionam hierarquias e preconceitos sobre determinadas formas estéticas?
A mesa propõe discutir, a partir das Artes Cênicas, formas e manifestações estéticas que relacionam corpo e cultura, tradição e contemporaneidade. Dentro das noções que, até agora, temos percebido como constitutivas das Artes Cênicas na América latina, muitas pesquisadoras e pesquisadores concordam em um traço predominante: movimento, música, comida, canto e crença se apresentam como um continuum, indivisíveis, indispensáveis. A construção gestual evidencia, nas culturas, tal característica. Percebe-se o gesto ligado ao ritmo, ao movimento, à ação vocal de comer e cantar, às ações corporais de dançar e transformar os alimentos e substâncias. Todas elas, ações coletivas, de cunho festivo, cíclicas no seu acontecer, e com uma ligação à ideia de ancestralidade (com seus diversos significados), cujo sentido “atravessa gerações” a partir da repetição e atualização de um saber-fazer.
Corpo;Cultura;Artes Cênicas