Resumo: Pretendemos abordar um pensamento de dança considerando as africanidades a partir de diferentes concepções que transitam entre o saber popular, noções de quilombo, tecnologias sensoriais na produção em dança. Correlaciona os mecanismos de desenraizamento produzido pela branquitude nos espaços instituicionais com abordagens educacionais no ensino das danças afrodiaspóricas que propõem procedimentos de reconexão e atenção ao corpo e à coletividade. Pensar conceitos como: corporeidades e corporalidades afrodiaspóricas e indígenas no campo da dança requer uma compreensão profunda das bases filosóficas e corpo.existenciais (SANTOS, 2022), nas quais estão imersas as travessias desses corpos por florestas e oceanos sensoriais. O envolvimento com essas coreogramáticas (LEPECKI, 2020) faz parte de um conjunto de ações que se opõem às noções euro-ocidentais de corpo. Portanto, observamos que o repertório dessas manifestações afro-brasileiras não cabe nos quadros somáticos das teorias colonizadoras e hegemônicas euro-ocidentais. Esta mesa tem como objetivo demonstrar a complexidade dimensional dessas epistemologias no campo da dança. Afinal, elas são plurais, quebram paradigmas, redesenham corpos em movimento e dialogam com o invisível. Como nos ensina Edouard Glissant (2021): “O universal generalizante é sempre etnocêntrico.”
Danças Afrodiaspóricas; Corporalidades; tecnologias educacionais