Resumo: Apresenta-se uma breve síntese da institucionalização da Política de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado da Bahia (PEATER) e da construção do arranjo institucional para a sua execução. Nesse processo o papel do Estado é compreendido, a partir da concepção de Poulantzas (2000), como a condensação material das relações de força. Ou seja, na análise considera-se a participação dos movimentos sociais rurais na construção dos critérios definidos nas chamadas públicas, bem como a existência de conflitos, contradições e limites na operacionalização da extensão rural. A partir da análise de documentos, de entrevistas informais junto aos gestores públicos, acompanhamento de seminários das instituições executoras e visitas aos Territórios de Identidade Sisal, Portal do Sertão, Bacia do Jacuípe e Sertão do São Francisco, busca-se discutir a concepção de extensão rural considerada democrática e participativa, referenciada em princípios de base agroecológica, com vistas à promoção do conhecimento. Para tanto, analisam-se a coerência entre os critérios estabelecidos nas chamadas públicas estaduais e as atribuições definidas para a equipe que executa os serviços de extensão rural. Entende-se que a descentralização dos serviços de ATER na Bahia não se contrapõe aos princípios que fundamentam a política, no entanto, a PEATER possui limites e fragilidades estruturais. Um dos fatores que impõem limites aos objetivos da PEATER é a formação do extensionista, que quase sempre está limitada ao modelo produtivista e difusionista e não contempla a complexa dimensão do saber-fazer intrínseca aos agroecossistemas.
Extensão rural;educação profissional;planejamento territorial