Resumo: A epidemiologia social vem de uma forte articulação entre a epidemiologia com as ciências sociais e tem papel fundamental por expandir o olhar para o processo saúde-doença, pensando para além do controle de doenças e retomando o sentido de coletividade e a compreensão de como as diferentes dinâmicas sociais justificam as desigualdades na saúde. Entre avanços e retrocessos, existiram diferentes correntes que tiveram relação direta com as conjunturas políticas vigentes mas ainda permanecem desafios incluindo o de desenvolvimento e reconhecimento de teorias que tragam novas formas de investigação de análises. No Brasil, o seu desenvolvimento partiu sobretudo de movimentos de luta pela redemocratização do país e as pautas contrárias às condições precárias da saúde e as ineficazes respostas do estado. As mulheres negras sempre tiveram papel fundamental nessas disputas, trazendo processos históricos e como eles são incorporados e produzem desigualdades em saúde, sobretudo pautando o racismo estrutural como produtor de iniquidades e saúde que são retroalimentadas até hoje. Há a introdução de novas correntes dentro das perspectivas sócio-histórica, materialista e as mais contemporâneas que têm decolonialidade interseccionalidade e antinegritude. As contribuições serão discutidas pela equipe interdisciplinar que compõe o grupo, considerando as principais implicações para a saúde coletiva e para o desenvolvimento no campo científico.
Epidemiologia Social; Interseccionalidades; Iniquidades em saúde