Resumo: Em comunidades urbanas a população de animais domésticos, as interações que estes estabelecem com os humanos e outros animais silvestres, especialmente sinantrópicos, e as condições ambientais favorecem a proliferação de vetores e reservatórios e a transmissão de patógenos de múltiplos hospedeiros. Animais domésticos, geralmente cães e gatos, podem entrar em contato frequente com roedores, sariguês (Didelphis sp.), morcegos, insetos e água contaminada expondo-se a diversos patógenos capazes de infectar múltiplos hospedeiros, a exemplo da Leptospira spp., Toxoplasma gondii, Ancylostoma, Leishmania tantos outros com potencial zoonótico. Mais do que parte do processo de manutenção dos patógenos nas comunidades, os animais podem atuar como uma espécie de sentinelas, indicando contaminação ambiental e a circulação dos agentes entre as populações de animais humanos e não-humanos. Por esse motivo, esta mesa propõe o compartilhamento e discussão de dados relacionados a eco-epidemiologia de patógenos zoonóticos em animais domésticos de comunidades urbanas vulneráveis de Salvador-Bahia. As propostas de investigação de patógenos nos hospedeiros domésticos são necessárias para desenvolver ações de controle e prevenção de zoonoses, consideradas prioridade de saúde global e um desafio que deve ser abordado. Trazendo as equipes em diferentes áreas de conhecimento envolvidas nas pesquisas e nas relações construídas entre a academia com a comunidade, a refletir sobre os desafios da pesquisa em tempos de pandemia, as relações interdisciplinares e o trabalho em comunidade.
Sentinela; cães; gatos