Resumo: As políticas afirmativas na pós-graduação são recentes e precisam ser monitoradas e avaliadas. Elas se dirigem principalmente a ampliar o acesso a populações historicamente alijadas desse nível de ensino, mas também devem envolver ações dirigidas à permanência qualificada desses sujeitos. Em 2016, a Portaria normativa 13/2016 do MEC instruiu as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) a propor e adotar ações afirmativas (AF) nos programas de pós-graduação (PPG), focalizando negros, indígenas e pessoas com deficiência, atribuindo à CAPES o monitoramento e avaliação da situação. Acreditamos que as políticas afirmativas na pós-graduação devem assumir um posicionamento político, ético, epistemológico e emancipatório que envolve não apenas a reserva de vagas e apoios materiais, mas também ações político-pedagógicas voltadas a práticas mais inclusivas de diferenças étnico-raciais, de gênero, de orientação sexual, de classe social, que venham a romper com o racismo institucional, a LGBTfobia, o capacitismo e a branquitude dos espaços acadêmicos, em direção a ambiências institucionais abertas à diversidade e relações mais justas e responsáveis com os valores democráticos. Essa mudança é fundamental para favorecer os processos de filiação (Coulon, 2008) dos estudantes aos PPG e aumentar sua permanência qualificada nesses Programas. A presente mesa pretende discutir as políticas afirmativas na pós-graduação com foco na área de saúde coletiva e nos estudantes migrantes internacionais.
Ações afirmativas; Pós-graduação; Saúde