Resumo: O Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) tem como um de seus objetivos descrever o cenário pluridialetal do Português Brasileiro (PB), com enfoque na variação diatópica, que se manifesta em diferentes níveis da língua (fonético, morfossintático, semântico-lexical e pragmático). Esta mesa reúne três trabalhos que apresentam resultados de pesquisas vinculadas ao Projeto ALiB, cada um deles abordando um tema relacionado a um nível de análise linguística distinto. No primeiro trabalho, “Formas de feminino: um retrato do português através da rede de pontos do ALiB”, Élide Santana mostra a variedade de estratégias morfossintáticas utilizadas para determinação do gênero feminino para além das mencionadas nas gramáticas tradicionais, revelando comportamentos da sociedade. No segundo, intitulado “Os nomes-marca de cachaça no Atlas Linguístico do Brasil – Região Nordeste”, Sandra Prudencio, a partir de um diálogo entre três vertentes da Linguística, a Dialetologia, a Etnolinguística e a Linguística Cognitiva, faz uma reflexão acerca de 27 variantes empregadas pelos 348 informantes conceptualizadores e categorizadores nordestinos, ao responderem à questão 182 do Questionário Semântico Lexical (QSL): AGUARDENTE (COMITÊ NACIONAL DO PROJETO ALiB, 2001, p.36), “Como se chama a bebida alcoólica feita da cana-de-açúcar”, e aponta a relação existente entre o ser humano, a língua que usa em suas interações e a cultura de que faz parte. Já no terceiro trabalho, “A realização da lateral palatal em Aracaju”, Renata Carvalho expõe, com base nos pressupostos teórico-metodológicos da geolinguística pluridimensional e da sociolinguística quantitativa, o comportamento da lateral palatal na capital sergipana, identificando as variantes utilizadas e os condicionamentos linguísticos e extralinguísticos.
Projeto ALiB; variação diatópica; níveis de análise linguística