Resumo: Dados oficiais publicados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) apontaram que cerca de 30 % da população global estava em estado de insegurança alimentar moderada ou grave no ano de 2021, que equivale a 2,3 bilhões de pessoas. Este cenário se torna mais complicado devido a que cerca de 931 milhões de toneladas de alimentos foram descartados como resíduo alimentar no ano de 2019, o correspondeu a 17 % da produção total anual de alimentos (FAO, 2020). Considerando que os recursos naturais são limitados e frequentemente esgotados, a perda e o desperdício de alimentos devem ser evitados na medida do possível, pois implicam em impactos sociais e ambientais diretamente relacionados à saúde, qualidade de vida, deterioração de ecossistemas e mudança climática. A partir do compromisso firmado com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Brasil busca reduzir pela metade o desperdício de comida até 2030 como uma das prioridades na agenda nacional. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é considerado um dos maiores e mais abrangentes do mundo em atendimento às necessidades nutricionais escolares, sendo exemplo de política pública bem-sucedida. A execução deste programa possui reflexo no desenvolvimento social, na saúde e na educação de crianças e adolescentes, tornando o ambiente escolar propício a sensibilização, formação e adoção de boas práticas para a implementação de ações de prevenção ao desperdício de alimentos. Neste contexto, o objetivo desta mesa consiste na apresentação dos resultados do projeto BINLESS, que foi realizado para a avaliação do desperdício de alimentos no âmbito da alimentação escolar em quatro Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) do município de São Paulo/SP. Além disso, pretende-se discutir conceitos e abordagens relacionadas às práticas e reflexões sobre prevenção do desperdício de alimento no ambiente escolar.
Sustentabilidade; Desperdício de alimentos; Alimentos saudáveis