Resumo: A proposta desta mesa é discutir alguns aspectos sobre as representações patologizantes das mulheres negras e como os estereótipos e as imagens de controle são ferramentas utilizadas pelo poder hegemônico, principalmente pela mídias de massa para imputar características e posturas que ora desumanizam, ora inferiorizam e depreciam as mulheres negras. Nosso entendimento está firmado nas leituras de Lélia González, Neusa Santos Souza, Sueli Carneiro, Patrícia Hill Collins, bell hooks e Grada Kilomba, entre outras, pois em seus escritos sobre o Feminismo Negro, as referidas autoras demonstram que as representações hegemônicas aprisionam as mulheres negras em um lugar de “outridade” Kilomba (2019); hooks (2019). Logo, a sociedade as oprime, impondo-nas a forma como estas devem agir ou não no instante em que atuam em um determinado papel social. Em Olhares negros, por exemplo, bell hooks investiga como as representações operam sobre o povo negro, não apenas minimizando, mas, sobretudo apagando e silenciando suas formas de existência. As autoras citadas, de modo geral, fazem análises valiosas sobre a figura da mulher negra representada na literatura, na música, no cinema e na sociedade em geral. Patrícia Hill Collins, nos faz compreender que é fundamental a autodefinição da mulher negra para que todas as imagens que as controlam, sejam substituídas por conhecimentos de si mesmas autodefinidos. Desse modo, apontaremos as consequências dessas perpetuações ao mesmo tempo em que convocamos todas, todos e todes à reflexão sobre a questão proposta, bem como buscarmos alternativas para transformar essa realidade.
Mulheres negras;Estereótipos;Imagens de controle